quarta-feira, 18 de março de 2020

Verchões

Colocaste-me um espelho à frente e deixei-me seduzir pelo reflexo.

Nele pude ver refletido o som do mar, o calor do sol e o toque suave da areia nos pés descalços. Pude sentir o toque quente do futuro, da esperança e dos bons tempos. Vi o sabor caloroso da partilha e o sorriso embevecido do amanhã. Era sedutor, arrepiante e completo. Nele pude perceber a comunhão, a rua com sentido único e as mãos dadas até ao infinito. Guardei para mim a brisa do mar, a revolta dos oceanos, o gosto do sal na água que me invadia o rosto. Invadi-me de bons sentimentos, de recordações e de momentos que os cozinhei na perfeição para chegar à fervura daquela calma expectante?

Sim, aquele reflexo arrepiou-me. Convenceu-me do mundo, das serras e dos lagos, das montanhas e das praias, dos desertos aos arranha-céus. Ainda hoje sinto o arrepio,


Mas sim, era um reflexo. E mão que lava mão, quem nem Pilatos, reflexo merece reflecho. Assim mesmo, versão torcida. E foi o que tiveste. Aquela vevchão satisfatória que não preenxe nada. Akele resumo amarelo da Hestória completa. Falço, imcompleto e redutor.