Bem para cá do dia raiar
Um rapaz de vida e calor
Decidiu as suas horas mudar.
Nesta cabeça de sonhos cheia
Julgou crer ser possível alterar
O mundo na sua versão rotineira
Para a vida que lhe faz perder o ar.
Foi então que saiu decidido
Abraçado à mudança que o havia de mudar
Por julgar querer comandar o ritmo
Dos minutos que deixou passar.
Pois na sua cabeça de ilusão
Ao contrário do novo que era velho
O velho tornou-se novo de paixão
Naquele disparo que dispensa conselho.
Qual é o sabor da despedida
Se o dia agora se rege pela vontade
Sabendo que longe de decidida
A hora de travar a felicidade.
Porque nela a palavra não se esgota
Trocada por entre sorriso e cor
Fica bem para lá da suposta hora
Do momento, do brilho e do valor.
Pois se para ele é certeza
Que o dia pode ser ao seu desejo
Então fechar os olhos nunca é tristeza
É antes fôlego para novo cortejo.
E assim responde ao desafio
Da palavra que mantém depois da hora
A despedida não é o último navio
Deste mar de tormentas por agora.
Pois esta água está longe de esgotar
Agora que comando o norte
Pois sou eu que decido travar
O adeus que chega sem sorte.
Sou comandante dos meus segundos
Senhor absoluto do ritmo
Se a palavra quebra nos dois mundos
O meu não pára sem um sorriso.
E é neste sorriso tão sincero
Que carrego a vontade de te trazer
Outro sorriso tão singelo
Neste sonho que me fez escrever.
Agora com tudo do avesso
Para iniciar esta conversa
Dormes de olho bem aberto
Enquanto eu fecho de alma aberta.
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